terça-feira, 10 de janeiro de 2017

No Brasil não há mudança, apenas atualização do que era ruim para algo pior.

        Há um conto de Machado de Assis, "O velho Senado", que não é bem um conto, onde ele apresenta um perfil das ilustres figuras que discursavam naquela casa. No seu texto Machado fala das grandezas, e sutilmente das misérias dos nossos senadores que ocupavam a casa: os Nabucos, os Bocaiuvas, os Otoni, os Paranhos, os Sousa Franco, etc. Alguns que adoravam recitar trechos literários, outros que acompanhavam os discursos alheios com um dicionário à mão. Nos informamos que os roubos de células eleitorais não foram invenção da República, já ocorriam nas eleições durante a Monarquia; assim como concluímos que a falta de coerência e programa é característica antiga dos nossos partidos, aliás o único programa admitido por eles é dar golpes e se manterem no poder, interpretando a Constituição conforme suas vontades. Talvez eles tivessem mais estilo.
"...os partidos nunca se entenderam bem acerca das causas imediatas da própria queda ou subida, salvo no ponto de serem alternadamente a violação ou a restauração da carta constitucional..." Machado de Assis, "O velho Senado", (o conto consta na coletânea, "Páginas recolhidas")

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