quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ANO 1987,
"...
Se existe partido político, vertical, ´que faz política´, inevitavelmente faz conchavos, inevitavelmente a grande massa de trabalhadores não participa de suas decisões. Isso leva obrigatoriamente a uma degenerescência burocrática da direção partidária. Imagine se o PT tivesse o poder de Estado. Nem se fale disso, o dano seria muito pior.
Na realidade o que pode ser instrumento de defesa do trabalhador é sua auto-organização a partir da fábrica, dos hospitais, da fazenda, de seu local de trabalho. Só assim poderá ele controlar sua luta. Quando deixa a direção da luta nas mãos da burocracia sindical ou burocradcia do partido político, o trabalhador está perdido. Vira ´vaca de presépio´ esperando que a ´direção´ lute por ele, quando a chamada ´direção´ luta por si, pela ocupação dos cargos burocráticos no aparelho de Estado. Veja-se que ´aparelho de Estado´ não é só o Poder Executivo, é o Poder Legislativo também. Por tudo isso, nada ele tem a esperar da Constituinte e muito tem a esperar de suas forças internas." Maurício Tragtenberg. Notícias Populares, 15/2/1987

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