quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O sistema eleitoral nunca convenceu o grande Tragtenberg, e ele estava correto.
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A "doença" eleitoral

Aproxima-se a data das eleições. Não há candidato a cargo eleitoral que não se diga defensor dos trabalhadores. Aí se pergunta: como é que os trabalhadores brasileiros estão desempregados numa grande parte, outros vivendo de biscates, outros obrigados a aceitar trabalho ganhando a metade do que ganharam antes, se aparentemente ele têm tantos "defensores"?
Nenhuma candidato diz que é contra os trabalhadores, que fará conchavos como os patrões para levar o trabalhador "na conversa", dizendo ser seu "representante". Nenhum diz que está aceitando o apoio econômico de empreiteiras de construção civil, empresas particulares de todo tipo que oferecem "doações" em dinheiro ou espécie (carros para a campanha), gasolina e outros "apetrechos" . Tem cidadão comprando voto à custa de oferecer camisas para escolas de samba, bonés. Outros oferecem, além de dinheiro, sacos de cimento para o trabalhador concluir a construção de sua casa-embrião, como sucede em Lages (SC). O processo eleitoral está se transformando no maior "mercadão" do país....

Maurício Tragtenberg, Notícias Populares, 3/10/1982

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