segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

             Quando aparece alguém aqui em casa, é normal entabular uma conversa com a frase, "pra que esse tanto de livros, você já leu todos?". Acostumado, respondo, "eles estão aí, quando preciso leio uma página". É sempre assim, perguntam sobre a finalidade, desgraçada pequenez de espírito. Então, na quinta-feira a agente de saúde visita a minha residência, ao adentrar a sala, encontra uma estante abarrotada de livros, passa à copa e encontra mais duas, e para diante delas. Enquanto isso procuro o tal do papelzinho de controle. Ela pergunta, "você gosta de história", falo para ela que sim. Ela fica admirando os livros, e continua, "minha filha cursa História, eu curso Pedagogia, ela adora livros, eu também". Pensei, "coisa maravilhosa, alguém vir aqui e não perguntar sobre a função dos livros, e se já li todos". Entusiasmado com o inusitado, levei-a até o escritório onde estão mais algumas estantes abarrotadas de livros. Ela olhou os livros, mas tinha que voltar a rotina de trabalho. Eu no fundo, bem no fundo, fico pensando, "pra que" tantos livros, eles estão aí por mera compulsão, não rendem títulos, reconhecimento, ou qualquer coisa além do prazer da leitura. Mas isso já é alguma coisa!

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