quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


          Trecho de uma entrevista de Raymond Williams, a mesma pode ser encontrada no livro recém lançado, A Política e as Letras.

"Qual foi a sua impressão da queda da Alemanha?

[R:]Quando chegamos à Alemanha, liberamos um dos menores campos de concentração, então usado para deter oficiais da SS. Isso foi gratificante, afinal havíamos contribuído com uma parte significativa da vitória política contra o fascismo. Mas a satisfação durou pouco. Os oficiais da SS vinham até mim e diziam: "Por que entramos nessa guerra ridícula uns contra os outros, quando está claro quem é o inimigo comum?" Naquele momento os russos estavam em Berlim. Eu reportei isso a meus superiores, e eles me disseram: "Talvez eles estejam certos, garoto". Muitos deles já pensavam que a Wehrmacht [forças armadas alemãs] era um exército excelente, e que a guerra havia provavelmente sido um erro. Uma assimilação das perspectivas do que mais tarde seria a Guerra Fria iniciara-se já em março de 1945." (Raymond Williams, A Política e as Letras, págs. 44-45)

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