domingo, 13 de novembro de 2011

Arendt sobre os amigos que levamos para os outros

Levamos pessoas para a vida daqueles que gostamos, e depois queremos controlar essas amizades. Interessante trecho de uma carta de Hannah Arendt, um boa reflexão:

"Quando Mary McCarthy se mostrou incomodada por Hannah Arendt continuar a manter um relacionamento amigável com Bowden Broadwater, o marido abandonado por McCarthy, Arendt a censurou: " O fato é que você o trouxe para minha vida, sem você ele nunca teria se tornado amigo da família - não amigo pessoal, o que ele não é, claro - por assim dizer. Mas, uma vez que você o trouxe, não pode simplesmente expulsá-lo de onde está agora. Enquanto ele não fizer algo realmente revoltante, o que não ocorreu até o momento, ou se voltar contra você, o que tampouco fez, não pretendo proferir julgamentos [...] Você diz para não confiar nele. Talvez tenha razão, talvez não tenha, eu não faço a menor ideia. Mas chama a minha atenção que tenha esquecido com tanta facilidade que confiou nele o suficiente para passar 15 anos casada com ele.""

Nenhum comentário: