quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Octavio Paz nos presenteia com esta bela passagem



        "[...] Ninguém conhece o desenlace final da história, porque o seu fim é também o fim do homem. Mas, não podemos nos demorar nestas perguntas sem resposta, porque a história nos obriga a que vivamos: é a substância da nossa vida e o lugar da nossa morte. Entre viver a história e interpretá-la, vivemo-la: fazemos história; ao vivê-la, interpretamo-la: cada um
 de nossos atos é um signo. A história que vivemos é uma escritura; na escritura da história visível devemos ler as metamorfoses e as mudanças da história invisível. Esta leitura é uma decifração, a tradução de uma tradução: jamais leremos o original. Toda versão é provisória: o texto muda sem cessar (embora talvez sempre diga o mesmo), e daí que, de tempos em tempos, descartem-se certas versões em favor de outras que, por sua vez, tinham sido descartadas antes. Toda tradução é uma criação: um texto novo...[...]" Octavio Paz, Crítica da Pirâmide.
  

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